Estamos cada vez mais preocupados com a nossa saúde e a busca por informações sobre os  benefícios e prejuízos da ingestão de certos alimentos para o organismo é constante. Vez ou outra, algum alimento ou nutriente é escolhido para ser taxado como “mocinho” ou “vilão” da dieta. Atualmente, o glúten tem sido alvos de grandes discussões.

Muita gente resolveu eliminar completamente essa proteína da alimentação em busca de emagrecer ou melhorar a saúde. Mas será que a ausência deste elemento nas refeições realmente proporciona estes benefícios? Todos deveríamos deixar de comê-lo?

O QUE É O GLÚTEN

O glúten é uma proteína presente em alguns cereais como o trigo, a cevada, o centeio e a aveia. Ele é responsável por dar elasticidade a algumas preparações, como é o caso do pão: quando sovamos a massa, o glúten forma uma espécie de rede que aprisiona gás carbônico produzido pelas leveduras do fermento, e é isso que faz com que o pão cresça e fique macio.

POR QUE GANHOU FAMA DE “VILÃO”?

Algumas pessoas (1 a cada 100) é portadora de uma doença chamada Doença Celíaca. Os portadores dessa enfermidade não aceitam bem o glúten, o que resulta em uma inflamação grande no intestino gerando dor, diarréia e distensão abdominal (sensação de inchaço na barriga). Essas pessoas precisam de uma restrição severa do glúten, pois é uma substância que gera muito mal estar e desconforto.

DEVO RETIRAR O GLÚTEN DA DIETA?

Se você não é portador da Doença Celíaca, NÃO deve, não! É claro que se tirarmos o pão, macarrão, torradas, bolos, biscoitos, tortas e cerveja do nosso dia-a-dia o número da balança vai diminuir. Mas, isso não significa que sua alimentação está mais saudável. Às vezes ocorre a substituição de uma farinha integral com glúten (farinha de trigo, por exemplo) por uma farinha sem glúten, mas refinada (sem fibras, com poucos nutrientes e alto índice glicêmico), favorecendo o ganho de peso.

Por isso, se você sente algum tipo de desconforto e acha que está relacionado com o que você come, procure um profissional que pode te ajudar a encontrar a origem do problema e fazer as substituições corretas, sem modismos e respeitando seus hábitos e preferências alimentares.

Sobre Gabriela Peres
Nutricionista clínica e esportiva pela UNICAMP, atua
em clínicas de Campinas/SP (IPCS, Homeostase e Onodera-Cambuí).
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